É um dos desportistas portugueses mais medalhados de sempre em provas internacionais e, muito provavelmente, é o melhor canoísta português de sempre.
O seu palmarés conheceu o primeiro título em 1997, quando Emanuel Silva tinha 16 anos e se sagrou campeão nacional. Foi em 2002 que iniciou a carreira internacional, logo com a conquista da medalha de bronze em K1 500 metros, no Campeonato da Europa de juniores em Zagreb, na Croácia, e de duas medalhas de ouro nas etapas da Taça do Mundo de juniores – uma em K1 500 metros, na Bélgica, e outra em K1 100 metros, na República Checa. O atleta natural de Braga não mais parou. Em 2003, alcançou o seu primeiro grande título: medalha de ouro em K1 500 metros no Campeonato do Mundo de juniores, no Japão, onde também conquistou a medalha de prata em K1 1.000 metros.
A sua subida para o escalão de Sub-23 ficou marcada por inúmeros triunfos em Campeonatos da Europa, tendo conquistado medalhas em quase todas as competições em que participou. Foi em 2004 que, pela primeira vez, participou nos Jogos Olímpicos – Emanuel Silva foi o único representante nacional da modalidade, em Atenas, tendo obtido um excelente sétimo lugar em K1 1.000 metros. “A primeira vez é sempre marcante. Tinha 18 anos quando fui aos Jogos de Atenas, ninguém esperava que estivesse presente e no entanto fiquei em sétimo lugar. Foi sem dúvida um momento que jamais esquecerei”, garantiu o atleta. Estes dados fazem com que seja uma grande figura da divulgação e impulsão da canoagem em Portugal. Quando questionado acerca da classe onde prefere competir, o canoísta mostra-se um verdadeiro profissional. “Não tenho preferência, há que lutar em ambas e ver como decorrem as provas”, defendeu Emanuel, que também aponta as diferenças dessas mesmas categorias: “São provas diferentes. Os barcos K2 e K4 são mais rápidos e exigem muito trabalho de equipa, principalmente de coordenação, na entrada da pagaia na água, nos movimentos do corpo e essencialmente das pernas".
Em 2008, contabilizou a segunda presença numa competição tão grande como os Jogos Olímpicos, desta feita em Pequim, onde atingiu as semi-finais. Foi a tropeçar em medalhas que, em Dezembro de 2011, e depois de representar o Clube Náutico de Fão e o Clube Náutico do Padro, Emanuel Silva chegou ao Sporting Clube de Portugal. O papel não era nada fácil, isto porque se tornou o primeiro canoísta do Clube e teve a responsabilidade de reactivar a secção de canoagem. Esteve presente nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, e formou dupla com o seu parceiro, Fernando Pimenta, do Clube Náutico do Ponte de Lima. Conquistaram uma medalha de prata que, por si só, já seria um feito incrível, mas ainda ganhou mais impacto por ter sido a primeira medalha de sempre da canoagem portuguesa em Jogos Olímpicos. Um ano depois, e ao lado de João Ribeiro, Portugal sagrou-se campeão do mundo de K2 500 metros, na Alemanha, voltando a escrever no livro da História da canoagem portuguesa: primeiro título mundial. Entre esse título e o sétimo lugar nos Jogos Olímpicos de Atenas, Emanuel Silva prefere não escolher e garante que ambos significaram bastante para si: “Quer uma quer outra foram muito importantes, não só para mim como para a canoagem nacional e festejei esse sétimo lugar nos Jogos como se tivesse vencido o Campeonato do Mundo”.
Há um título que também se destaca na prateleira de Emanuel Silva. Em 2014, o atleta ‘leonino’ foi campeão europeu em K2 500 metros, fazendo dupla com João Ribeiro, no Campeonato da Europa que decorreu na Alemanha. O seu espírito compatriota faz com que se refira ao nosso país com muito carinho. “ Penso muito em Portugal e nos portugueses quando ganho algo e, na minha opinião, é muito simples entender porquê. Tenho uma bolsa olímpica, uma bolsa paga pelos contribuintes portugueses, são eles que me permitem ter bons resultados na canoagem. O mesmo acontece ao nível clubístico. Sou atleta do Sporting e são os Sócios que pagam as quotas e me permitem ter todas as condições para obter boas marcas. Acho que não tenho o direito de sacrificar todos aqueles que me ajudam e esperam que tenha sucesso. Eu, e todos os atletas na mesma condição que a minha, devemos dar o nosso melhor e mostrar trabalho pois é para isso que nos apoiam”. Quando falta tão pouco tempo para os Jogos Olímpicos, não é exagerado olhar para Emanuel Silva e pensar no pódio, mas o atleta tem-se mostrado tranquilo: “Irei passo a passo. Em primeiro lugar tenho de garantir o apuramento. Quando assegurar a qualificação aí verei juntamente com a equipa técnica o que se pode fazer, nomeadamente se apostamos em barcos de equipa ou individuais. Claro que há boas hipóteses de ter sucesso no Rio de Janeiro; no entanto, é importante ter os pés bem assentes na terra e estar bem no momento exacto. Até lá há que esperar que a sorte nos acompanhe e que tudo corra bem, sem lesões”.